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ŚB 5.14.27

Texto

adhvany amuṣminn ima upasargās tathā sukha-duḥkha-rāga-dveṣa-bhayābhimāna-pramādonmāda-śoka-moha-lobha-mātsaryerṣyāva-māna-kṣut-pipāsādhi-vyādhi-janma-jarā-maraṇādayaḥ.

Sinônimos

adhvani — no caminho da vida material; amuṣmin — nesse; ime — todas essas; upasargāḥ — dificuldades eternas; tathā — e outras tantas; sukha — felicidade aparente; duḥkha — infelicidade; rāga — apego; dveṣa — ódio; bhaya — medo; abhimāna — falso prestígio; pramāda — ilusão; unmāda — loucura; śoka — lamentação; moha — confusão; lobha — cobiça; mātsarya — inveja; īrṣya — inimizade; avamāna — insulto; kṣut — fome; pipāsā — sede; ādhi — tribulações; vyādhi — doença; janma — nascimento; jarā — velhice; maraṇa — morte; ādayaḥ — e assim por diante.

Tradução

Conforme acabo de mencionar, ocorrem muitas dificuldades nesta vida material, e todas elas são intransponíveis. Além disso, existem as dificuldades advindas da pretensa felicidade, aflição, apego, ódio, medo, falso prestígio, ilusão, loucura, lamentação, confusão, cobiça, inveja, inimizade, insulto, fome, sede, tribulações, doenças, nascimento, velhice e morte. Tudo isso se combina para conferir à alma condicionada e materialista apenas sofrimentos.

Comentário

SIGNIFICADO—Simplesmente para satisfazer seus sentidos neste mundo, a alma condicionada tem que aceitar todas essas condições. Embora haja pessoas que se declaram cientistas, economistas, filósofos, políticos e sociólogos importantes, semelhantes pessoas são meros patifes. Portanto, a Bhagavad-gītā (7.15) descreve-os como sendo mūḍhas e narādhamas:

na māṁ duṣkṛtino mūḍhāḥ
prapadyante narādhamāḥ
māyayāpahṛta-jñānā
āsuraṁ bhāvam āśritāḥ

“Os canalhas que são grosseiramente tolos, que são os mais baixos da humanidade, cujo conhecimento é roubado pela ilusão e que compartilham da natureza ateísta dos demônios, não se rendem a Mim.”

Devido à sua tolice, todos esses materialistas são descritos na Bhagavad-gītā como narādhamas. Eles alcançaram a forma humana para se livrarem do cativeiro material, mas, em vez de assim o fazer, envolvem-se ainda mais com as deploráveis condições materiais. Portanto, eles são narādhamas, os mais baixos entre os homens. Alguém pode perguntar se os cientistas, filósofos, economistas e matemáticos também são narādhamas, os mais baixos entre os homens, e a Suprema Personalidade de Deus responde que eles o são, pois não têm um conhecimento verdadeiro. Eles são muito orgulhosos de seu falso prestígio e posição. Na verdade, eles não sabem como se libertar da condição material e desenvolver uma vida espiritual plena de bem-aventurança e conhecimento transcendentais. Em consequência disso, eles desperdiçam seu tempo e sua energia em busca da dita felicidade. Essas são características dos demônios. A Bhagavad-gītā diz que, ao adquirir todas essas qualidades demoníacas, a pessoa se torna mūḍha. Devido a isso, ela inveja a Suprema Personalidade de Deus e, por conseguinte, nascimento após nascimento, ela nasce em famílias demoníacas e transmigra de um corpo demoníaco a outro. Assim, ela se esquece de sua relação com Kṛṣṇa e, em condições abomináveis, permanece narādhama vida após vida.