Skip to main content

Text 8

VERSO 8

Devanagari

Devanagari

कार्यकारणकर्तृत्वे कारणं प्रकृतिं विदु: ।
भोक्‍तृत्वे सुखदु:खानां पुरुषं प्रकृते: परम् ॥ ८ ॥

Text

Texto

kārya-kāraṇa-kartṛtve
kāraṇaṁ prakṛtiṁ viduḥ
bhoktṛtve sukha-duḥkhānāṁ
puruṣaṁ prakṛteḥ param
kārya-kāraṇa-kartṛtve
kāraṇaṁ prakṛtiṁ viduḥ
bhoktṛtve sukha-duḥkhānāṁ
puruṣaṁ prakṛteḥ param

Synonyms

Sinônimos

kārya — the body; kāraṇa — the senses; kartṛtve — regarding the demigods; kāraṇam — the cause; prakṛtim — material nature; viduḥ — the learned understand; bhoktṛtve — regarding the perception; sukha — of happiness; duḥkhānām — and of distress; puruṣam — the spirit soul; prakṛteḥ — to material nature; param — transcendental.

kārya — o corpo; kāraṇa — os sentidos; kartṛtve — relativo aos semideuses; kāraṇam — a causa; prakṛtim — natureza material; viduḥ — os eruditos compreendem; bhoktṛtve — relativo à percepção; sukha — de felicidade; duḥkhānām — e de aflição; puruṣam — a alma espiritual; prakṛteḥ — à natureza material; param — transcendental.

Translation

Tradução

The cause of the conditioned soul’s material body and senses, and the senses’ presiding deities, the demigods, is the material nature. This is understood by learned men. The feelings of happiness and distress of the soul, who is transcendental by nature, are caused by the spirit soul himself.

A natureza material é a causa do corpo material e dos sentidos da alma condicionada e das deidades que presidem aos sentidos, os semideuses. Assim o compreendem os homens eruditos. Os sentimentos de felicidade e aflição da alma, que é transcendental por natureza, são causados pela própria alma espiritual.

Purport

Comentário

In Bhagavad-gītā it is said that when the Lord descends to this material world, He comes as a person by His own energy, ātma-māyā. He is not forced by any superior energy. He comes by His own will, and this can be called His pastime, or līlā. But here it is clearly stated that the conditioned soul is forced to take a certain type of body and senses under the three modes of material nature. That body is not received according to his own choice. In other words, a conditioned soul has no free choice; he has to accept a certain type of body according to his karma. But when there are bodily reactions as felt in happiness and distress, it is to be understood that the cause is the spirit soul himself. If he so desires, the spirit soul can change this conditional life of dualities by choosing to serve Kṛṣṇa. The living entity is the cause of his own suffering, but he can also be the cause of his eternal happiness. When he wants to engage in Kṛṣṇa consciousness, a suitable body is offered to him by the internal potency, the spiritual energy of the Lord, and when he wants to satisfy his senses, a material body is offered. Thus it is his free choice to accept a spiritual body or a material body, but once the body is accepted he has to enjoy or suffer the consequences. The Māyāvādī philosopher’s presentation is that the living entity enjoys his pastimes by accepting the body of a hog. This theory is not acceptable, however, because the word “pastime” implies voluntary acceptance for enjoyment. Therefore this interpretation is most misleading. When there is enforced acceptance for suffering, it is not a pastime. The Lord’s pastimes and the conditioned living entity’s acceptance of karmic reaction are not on the same level.

Na Bhagavad-gītā, declara-se que, ao descer a este mundo material, o Senhor vem como uma pessoa através de Sua própria energia, ātma-māyā. Ele não é forçado por nenhuma energia superior. Ele vem por Sua própria vontade, podendo-se chamar isso de Seu passatempo, ou līlā. Neste verso, no entanto, afirma-se claramente que a alma condicionada é forçada a aceitar determinado tipo de corpo e sentidos sob os três modos da natureza material. Este corpo não é recebido segundo sua própria escolha. Em outras palavras, a alma condicionada não tem livre escolha – ela tem que aceitar determinado tipo de corpo conforme o seu karma. Porém, quando há reações corpóreas, como as sentidas na felicidade e na aflição, deve-se compreender que a causa disso é a própria alma espiritual. Se assim o desejar, a alma espiritual poderá mudar esta vida condicional de dualidades, optando por servir Kṛṣṇa. A entidade viva é a causa de seu próprio sofrimento, embora também possa ser a causa de sua felicidade eterna. Quando ela quer ocupar-se em consciência de Kṛṣṇa, a potência interna, a energia espiritual do Senhor, oferece-lhe um corpo adequado, e quando ela quer satisfazer seus sentidos, é-lhe oferecido um corpo material. Assim, é de sua livre escolha aceitar um corpo espiritual ou um corpo material, mas, uma vez que aceite o corpo, ela é obrigada a desfrutar ou sofrer as consequências. O ponto de vista do filósofo māyāvādī é que a entidade viva goza de seus passatempos aceitando o corpo de um porco. Entretanto, não se pode aceitar essa teoria, visto que a palavra “passatempo” quer dizer opção voluntária pelo prazer. Portanto, essa interpretação māyāvādī é muito desencaminhadora. A aceitação forçada de sofrimento não é um passatempo. Os passatempos do Senhor e a aceitação de reações cármicas por parte da entidade viva condicionada não estão no mesmo nível.